segunda-feira, 23 de junho de 2008

Luar da Li




Hoje recebi este luar de minha amiga Li...
Presente inesquecível, como inesquecível é nossa amizade...que para mim é um presente da vida...

domingo, 15 de junho de 2008

Temporais


Temporal; Cidreira/RS

"Nada de novo há no rugir das tempestades"(Maiakovski)

Um dia falei ao meu amigo Heitor do meu fascínio pelas tempestades e do quanto as calmarias me amedrontavam... Ele me mostrou este texto que fizera...Eu pensei numa canção de Milton Nascimento que diz que "Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que perguntar carece como não fui eu que fiz".
Pedi licença para publicar aqui o texto dele... Era o texto que eu gostaria de ter escrito...É forte, intenso, bonito... Explique-me, Heitor: como não fui eu que fiz este texto?

Foram tantas idas e vindas... tantos desencontros, encontros e reencontros...entendimentos e desentendimentos...mas vc sabe que sou "raio, relâmpago e trovão"... Não podemos negar uma coisa: nosso amor pelos temporais é o mesmo... e isso nos une...

Um dia faço um poema pra ficar ao lado do seu...



MEU AMOR PELOS TEMPORAIS
(Heitor)

Precisamos de ventos que arremessem nossas naus nos mares de todo mundo
De ventos calamitosos, arrebatadores, que ventem corpos e almas
São os ventos que precisamos

Precisamos de ventos que tragam raios e temporais
Daqueles que nos assustavam e faziam nossos corações de criança dar saltos dentro do peito

Precisamos de ventos vendavais, não de brisas comportadas que mal desalinham penteados
Mas de furiosos ventos que arrastam estruturas, demolem igrejas, destroem templos
Ventos que arrastam pensamentos, dissolvem idéias, solapam medos.
Precisamos de ventos que tenham o cheiro dos cravos de um certo abril português
Dos maios e das mães da praça,

Ventos que levem as gaivotas para o deserto
E que tragam as areias do sertão para os palácios de governo

Precisamos de ventos parideiros,
Que deles germinem revoltas e motins
Gargalhadas e o rufar de tambores dos obreiros argentinos
Que atravessem nossos ossos e arrombem grades em calabouços
Que destelhem os sótãos de nossas memórias e tragam à luz os diários de nossas batalhas

Precisamos de ventos que sequem nossas lágrimas
Que levem às alturas as pipas de nossos meninos
Que mostrem aos homens que tudo que encobre pode ser arrancado
Que tudo que está pode partir no turbilhão
E que se ventar muito forte
Mas muito forte mesmo
Seremos capazes de voar

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Namoro...




Namorar...
tem gosto de pôr-do-sol....misturado com luar...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Poema amarelo...


Águas Claras/RS

Vou te oferecer hoje um poema
sem versos...nem estrofes
Ele tem pétalas e folhas
e elas traduzem o sol
Não tem rimas, nem métrica
e se sustenta em tênues galhos
Balança ao som do vento
mata a sede com o orvalho
Com ele, enfeita teu caminho
e colhe dele o pólen mais fértil
Semeia a poesia
E quando estiveres sozinho
deixa-o entrar pelos poros
Ele é frágil, mas tão belo
Guarda-o para as noites escuras
e deixe que ele floresça...
em tons de amarelo

domingo, 1 de junho de 2008

Sonhos de algodão

"Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro, um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro, um disparo pára o coração...
Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter"
(Engenheiros do Hawai)



Da janela, durante vôo ao Rio


Queria falar das nuvens
em que podíamos brincar
Queria falar sobre os sonhos
que hoje se perdem entre céu e mar
Queria falar do sol
com seu brilho quase lunar
Queria falar dos voos
que desistimos de alçar
Queria falar dos desencontros
que insistimos em relembrar...
Queria falar dos castelos
que se erguem e se desfazem no ar


Da janela, durante voo a BH