terça-feira, 24 de julho de 2007

Turbulências II

Hoje estilhacei o espelho
E em cada fragmento partido
Vejo o rosto de um estranho
Por que não me reconheço?
Como um bicho ferido, acuado,
junto cada estilhaço
Tento recuperar
o último olhar refletido
Busco na lembrança
o teu sorriso
Em que parte do caminho o terei perdido?
Num abraço, com o rosto entre os joelhos
tento ficar escondido
Com um caco
faço traços na tela da minha pele
e desenho um pedaço de destino
Com um corte lento
Extirpo toda a tristeza
E em tinta vermelha
Afogo todos os sentidos

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